15.7.10
Sobre as Novas Comparações Odiosas
Respondo aqui ao leitor Jorge Oliveira :
Caro Leitor Jorge Oliveira,
Agradeço a visita e os comentários, que, em grande parte, acolho.
Apenas acrescentarei o seguinte :
As famílias ou as ditas elites que hoje dominam o País só diferem das do tempo da Ditadura em que são mais predadoras, cínicas, egoístas, mais mal preparadas tecnicamente e eticamente mais deformadas, intitulem-se elas democráticas, social-democráticas, centristas ou socialistas, estas últimas ainda piores, por mais hipócritas. Isto para só falar das do arco dito democrático.
Os Partidos, todos eles, falharam rotundamente, repetindo os erros da Primeira República, pelos quais haveríamos de sofrer a inexorável Ditadura. Tornaram-se novamente agências de emprego, instrumentos de assalto ao Poder, jogando a farsa democrática, com o que delapidaram o País, destruindo a confiança dos cidadãos.
Estes encaram agora um futuro sombrio e deixaram de acreditar nos líderes políticos, nos Partidos e nas instituições, em geral, apenas se motivando, melhor diria, excitando com o dinheiro e com o sexo, rapidamente consumidos.
E todo o problema está em como iremos sair desta degradação nacional, sem ninguém em quem confiar verdadeiramente. As escolhas do mal menor têm-nos conduzido à mediocridade reinante, impante de vaidade e de dinheiro, mas vazia de valor.
Já o velho António José Saraiva para isto nos alertava, no fim dos anos 70 do século passado. Levámos tempo a ver o que ele anteviu e agora não atinamos com o remédio adequado para o presente descalabro.
Cada vez tenho mais dificuldade em descortinar saída para isto. Só um grande esforço de redenção, encabeçado por gente de alta credibilidade, técnica e eticamente bem formada, com provas dadas e apertadamente controlada, por organismos a criar, com essa função atribuída.
Mas quem desencadeará tal movimento de Regeneração tão pouco visível, quanto desejável e mesmo imprescindível ?
Aqui fica a permanente questão : que fazer para reerguer este acabrunhado e descrente País ?
As famílias ou as ditas elites que hoje dominam o País só diferem das do tempo da Ditadura em que são mais predadoras, cínicas, egoístas, mais mal preparadas tecnicamente e eticamente mais deformadas, intitulem-se elas democráticas, social-democráticas, centristas ou socialistas, estas últimas ainda piores, por mais hipócritas. Isto para só falar das do arco dito democrático.
Os Partidos, todos eles, falharam rotundamente, repetindo os erros da Primeira República, pelos quais haveríamos de sofrer a inexorável Ditadura. Tornaram-se novamente agências de emprego, instrumentos de assalto ao Poder, jogando a farsa democrática, com o que delapidaram o País, destruindo a confiança dos cidadãos.
Estes encaram agora um futuro sombrio e deixaram de acreditar nos líderes políticos, nos Partidos e nas instituições, em geral, apenas se motivando, melhor diria, excitando com o dinheiro e com o sexo, rapidamente consumidos.
E todo o problema está em como iremos sair desta degradação nacional, sem ninguém em quem confiar verdadeiramente. As escolhas do mal menor têm-nos conduzido à mediocridade reinante, impante de vaidade e de dinheiro, mas vazia de valor.
Já o velho António José Saraiva para isto nos alertava, no fim dos anos 70 do século passado. Levámos tempo a ver o que ele anteviu e agora não atinamos com o remédio adequado para o presente descalabro.
Cada vez tenho mais dificuldade em descortinar saída para isto. Só um grande esforço de redenção, encabeçado por gente de alta credibilidade, técnica e eticamente bem formada, com provas dadas e apertadamente controlada, por organismos a criar, com essa função atribuída.
Mas quem desencadeará tal movimento de Regeneração tão pouco visível, quanto desejável e mesmo imprescindível ?
Aqui fica a permanente questão : que fazer para reerguer este acabrunhado e descrente País ?
AV_Lisboa, 14 de Julho de 2010
Comments:
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A pergunta final do Viriato pode encontrar resposta num velho ditado português : “Junta-te aos bons e serás como eles ; junta-te aos maus e serás pior do que eles”.
No centro e no Norte da Europa o pessoal político afigura-se bastante melhor do que em Portugal. Foi esta convicção que me levou a encarar com entusiasmo a nossa adesão à então CEE. Tinha esperança de que algum dia se constituisse uma federação europeia, à imagem dos Estados Unidos, levando a que a administração pública em Portugal ficasse muito menos dependente da classe política nacional.
Esta perspectiva foi recusada por muita gente, com argumentos que nunca me convenceram.
A actual crise (financeira, como lhe chamam) trouxe a hipótese de uma Europa federal para “cima da mesa”. Ainda ontem à noite, no canal TVI24, o Eng. Mira Amaral a defendeu claramente.
Pode ser que estejamos mais próximos do dia em que venha a ser constituída a federação “Estados Unidos da Europa”, ou “United States of Europe”, com uma língua oficial comum, obviamente o inglês, não obstante cada Estado poder conservar a sua língua materna.
Numa Europa federal julgo que será mais difícil manter em Portugal a hegemonia das rapaces famílias e “elites” nacionais e a generalidade dos portugueses poderá respirar com outro alívio.
Posso estar enganado, mas é esta a minha esperança. Claro que já não serei eu a ver a mudança, mas algum dos meus descendentes, aos quais recomendo repetidamente que deixem Portugal e arranjem emprego no estrangeiro (num caso este conselho já foi seguido e noutro está encaminhado) pode vir a testemunhar a concretização do novo modelo.
No centro e no Norte da Europa o pessoal político afigura-se bastante melhor do que em Portugal. Foi esta convicção que me levou a encarar com entusiasmo a nossa adesão à então CEE. Tinha esperança de que algum dia se constituisse uma federação europeia, à imagem dos Estados Unidos, levando a que a administração pública em Portugal ficasse muito menos dependente da classe política nacional.
Esta perspectiva foi recusada por muita gente, com argumentos que nunca me convenceram.
A actual crise (financeira, como lhe chamam) trouxe a hipótese de uma Europa federal para “cima da mesa”. Ainda ontem à noite, no canal TVI24, o Eng. Mira Amaral a defendeu claramente.
Pode ser que estejamos mais próximos do dia em que venha a ser constituída a federação “Estados Unidos da Europa”, ou “United States of Europe”, com uma língua oficial comum, obviamente o inglês, não obstante cada Estado poder conservar a sua língua materna.
Numa Europa federal julgo que será mais difícil manter em Portugal a hegemonia das rapaces famílias e “elites” nacionais e a generalidade dos portugueses poderá respirar com outro alívio.
Posso estar enganado, mas é esta a minha esperança. Claro que já não serei eu a ver a mudança, mas algum dos meus descendentes, aos quais recomendo repetidamente que deixem Portugal e arranjem emprego no estrangeiro (num caso este conselho já foi seguido e noutro está encaminhado) pode vir a testemunhar a concretização do novo modelo.
Estou convencido de que o "Engenheiro" só não segue as pisadas do Hugo Chavez porque a democracia em Portugal, talvez por estar inserida no contexto europeu, funciona melhor do que na Venezuela.
E é por essas e por outras que prefiro, sem hesitações, a democracia.
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E é por essas e por outras que prefiro, sem hesitações, a democracia.
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